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O som está em toda a parte. Existe em tantas escalas que às vezes é difícil de entender. As suas energias entrelaçam-se com os sistemas mais amplos de uma cidade, transbordando além das fronteiras e passando por limites percebidos. Muitas dessas energias que se cruzam são impercetíveis aos humanos. Mesmo os espaços que consideramos tranquilos são, na verdade, extremamente movimentados, cheios de ação e energia. Para produzir Vanishing Points, Matilde Meireles, artista portuguesa sonora e investigadora, documentou a forma como alguns desses fluxos urbanos se cruzam com os seus próprios movimentos quotidianos e como ela também contribui para eles, registando o espaço tranquilo da sua casa enquanto cozinha e trabalha; o caminho tranquilo rodeado de árvores na antiga linha férrea onde corre frequentemente; os comboios lotados enquanto viajo pelo sudoeste da Inglaterra; as lotadas linhas de metro de Londres; e o fluxo de pessoas e tráfego nos densos ambientes urbanos de Brixton e Bristol. À medida que atravessa esses espaços através de gravações stereo e de campo eletromagnético, torna-se claro como os cenários quotidianos transbordam de vida e de atividade, mais do que ousamos imaginar.
