Depois de cinco edições, e apesar de sabermos que muito está ainda por vir, sentimos que é importante olhar para trás e permitir-nos o tempo necessário à reflexão sobre os caminhos percorridos e os que interessam fazer, porque entendemos o Lisboa Soa como parte de um todo que se compõe de investigação, escuta e exploração. Decidimos por isso concentrar o trabalho feito até aqui num livro que foi apresentado e celebrado no Castelejo, fortificação construída em meados do séc XI, no Castelo de S. Jorge.
Convidámos quatro artistas portugueses a fazerem novas composições a partir dos nossos arquivos sonoros: Ana Guedes, João Castro Pinto, Mestre André (O Morto) e Sara Pinheiro, que revestiram o Castelejo dos sons únicos das nossas instalações, performances e ambientes sonoros, aqui remisturados e reinterpretados por outros artistas.
Victor Gama convidou paL (Pedro Almeida) para um concerto único que encerrou a apresentação do nosso livro. Juntos construiram uma ponte entre dois universos: o das esculturas-instrumentos de Gama com os ambientes sonoros do Lisboa Soa, processados ao vivo por paL. Uma viagem pela nossa história, que nos levou também a outros continentes e hemisférios.
Nesta não-edição do festival, decidimo-nos a trabalhar a memória, mas com os ouvidos postos no futuro.