Juan Sorrentino desenvolveu duas instalações sonoras para o espaço da Estufa Fria de Lisboa.

GIRO: THE MOVEMENT OF VIBRATION

Partindo da performance MOTTO (mochilas sonoras), este novo trabalho dá continuidade à pesquisa de Sorrentino sobre a modulação de som a partir do movimento e das suas reflexões em diferentes superfícies, que resulta da rotação das jangadas onde estão os cones que direcionam o som para um ponto.

Nesta volta constante, quase ordenada e desordenada pelo vento, estas jangadas sonoras dão-nos uma nova conceção do espaço e do tempo. Este movimento modula as frequências do RUÍDO BRANCO, mas também sequencia a sua aparição e posterior desaparecimento, tal como as ondas do mar.

Este som que nos remete à água, filtra-se entre as plantas e invade o espaço da Estufa Fria, que diariamente é regado por um sistema que gira e envia água às suas folhas e raízes, como se esta nova irrigação de frequências tentasse falar com a natureza do som e entrelaçar-se com o seu entorno.

TILE

Este trabalho situa-se entre o facto e o mistério. Por um lado, este trabalho é elementar, enquanto, por outro, no seu gesto limitador, é misterioso.

Juan Sorrentino coloca um cubo decorado com azulejos dentro da Estufa Fria. Este cubo vibra com um som a 47 Hertz. Ao longo do tempo, a vibração destrói lentamente os azulejos. As vibrações podem ser sentidas no nosso peito, como se um terramoto estivesse presente, mas quando nos aproximamos do cubo, o mistério começa a desvendar-se.

Se estivermos algum tempo em frente ao cubo, seremos seduzidos pela sua vibração, uma vibração que parece vir de um lugar secreto e subterrâneo, que se sente no nosso peito enquanto pulsa dentro do cubo.

Nesta versão de Tile para o Lisboa Soa, Sorrentino trabalhou com os azulejos tradicionais de Lisboa.

 

 

Photos Vera Marmelo. Sound recording Mestre André