O Lisboa Soa acordou uma parceria com o festival chileno Tsonami, um festival de arte sonora que se dedica, desde 2007, a dar espaço a artistas de todo o mundo para experimentar com som através de performances multimédia, concertos e instalações. O diretor do Tsonami, Fernando Godoy, comissariou dois artistas para o acompanharem a Lisboa, Rodrigo Araya e Natacha Cabellos, onde fizeram instalações em formato de residência artística e apresentaram performances.
Natacha Cabellos trabalhou sobre a migração de plantas, plantas alóctones que não têm a sua origem no lugar que agora ocupam, uma migração silenciosa, em que o principal veículo para atravessar grandes distâncias tem sido o ser humano. Apesar da sua migração, às vezes natural, outras vezes forçada, essas plantas proliferaram noutros ecossistemas, resistiram e naturalizaram-se.
Laboratório para uma planta migrante investigou as plantas da Estufa Doce em busca de catos oriundos da América Latina, para montar um laboratório de gestos como os que terão feitos os seus antepassados, as suas avós ou os povos indígenas, um gesto ritual-poético baseado no ato intuitivo de conversar com as plantas, de lhes fazer uma carícia ou um canto, trabalhando assim o som como uma expressão de afeto.
Photos Vera Marmelo. Sound recording Marcus Rovisco.