Estamos habituados aos sons altos das nossas cidades, que estão sempre presentes na vida urbana. Nós ouvimo-los continuamente e temo-los em conta no nosso quotidiano, quer os escutemos ou não. Mas e os sons mais baixos e escondidos que também nos rodeiam? Muitas vezes não são notados, talvez porque são muito silenciosos, mas também porque os nossos ouvidos não estão projetados para os escutar. Sons que estão debaixo de água ou que ocorrem como vibrações nos materiais sólidos da cidade precisam de diferentes abordagens para se tornarem audíveis.
O workshop “Sons Escondidos do Parque” explora esses sons. Concentramo-nos no pequeno e oculto usando os nossos ouvidos, mas também com diferentes tecnologias que tornam audíveis os sons e as vibrações que, de outra forma, são muito difíceis, ou até impossíveis, de ouvir. Os hidrofones são usados para ouvir sons subaquáticos e os de contacto para ouvir dentro de estruturas e materiais sólidos. As capturas eletromagnéticas revelarão o oceano de sinais elétricos que permeiam a vida urbana de hoje.
O objetivo é experimentar o que está lá, documentar e discutir o que ouvimos. A documentação fará uso de gravadores de áudio, mas também prestará atenção a métodos não sonoros. É interessante escrever sobre sons, tentar encontrar palavras que os descrevem e consigam transmitir o que é ouvido. Imagens, fotografias simples ou desenhos podem ser um registo efetivo, não só do que vemos, mas também do que é ouvido.