Partindo de um mundo expandido de som e ecologia acústica, o núcleo da pesquisa de Delindro é uma experiência direta e constante em paisagens remotas, das florestas tropicais do Brasil aos Desertos da África.

Sem se envolver ativamente em mensagens sócio-políticas diretas, Delindro revela-as inevitavelmente no seu discurso público ao criar discussões sobre a relação contemporânea entre os seres humanos e o seu ambiente em rápida mutação. Nas suas instalações de som e performance, explora materiais orgânicos para tornar audível a corporalidade, ressonância e processos de mudança.

No Lisboa Soa, Delindro irá apresentar uma nova peça diretamente relacionada com a sua última residência artística de três meses no Vietname. Durante este período, o artista desenvolveu várias gravações de campo e pesquisas nas pequenas vilas das montanhas do norte, as suas práticas culturais e materiais de uso, nomeadamente a antiga produção agrícola de Arroz.

O arroz é chamado de “ouro branco” no Vietname e está ligado ao nome sânscrito “Dhanya” (que significa: “o sustentador da raça humana”). As minorias étnicas nas montanhas do Norte têm tradições folclóricas únicas relacionadas com a sua paisagem. Nesta peça, o som é usado não apenas como uma forma de examinar materiais orgânicos em detalhe mas também como um veículo para interpretar uma cultura distante.

A performance amplifica diferentes amostras de palha de arroz numa mistura de experimentos geológicos, ações performativas e processamento de som.

 

Photos Vera Marmelo. Sound recording Marcus Rovisco.