Perseguindo o desafio criativo que o Lisboa Soa lhe propôs, Adriana Sá recupera o “instrumento sem corpo”, cuja última aparição pública foi em 2006. Este instrumento consiste num conjunto de arames amplificados, anteriormente presos às paredes – o corpo do instrumento era o espaço em que este era instalado. Agora ao ar livre, o instrumento tem uma estrutura frágil, um corpo flexível que continua a criar imprevistos. Também funciona como input para um software, juntamente com a zither. O software, desenvolvido em conjunto com John Klima, aplica a diferença entre a frequência sonora detectada e o tom/meio tom mais próximo ao processamento de sons pré-gravados. Sons que são também memórias de lugares e que se misturam com o timbre do arame magnético de John.
Uma mistura de timbres & tempos, nobilizada com a experiência do público, a curiosidade, a capacidade de escutar e imaginar.

 

Photos Vera Marmelo. Sound recording Mestre André.